3/31/2006

Harmonia familiar passa pelas finanças

A vida moderna tem desafios muito grandes. Cuidar dos filhos, trabalhar, lidar com parentes e amigos, pagar contas. Não é fácil.
Viver bem, de forma harmoniosa, requer habilidade e persistência. Não é coisa para iniciantes nem depende apenas da sorte. É resultado de planejamento, de trabalho e de muita dedicação.
É certo que ninguém casa pensando em se divorciar, mas as pressões da vida conjugal podem levar as pessoas a considerarem a hipótese. Especialmente se não investirem no relacionamento.
Dr. Ron Huxley dá algumas dicas sobre como lidar com a questão financeira no casamento.
1. Garanta que os dois, marido e mulher, estão envolvidos e comprometidos com a administração do dinheiro. Estão juntos, sabem de tudo, compartilham opiniões e decidem juntos. As decisões financeiras importantes não podem ser uma surpresa para um dos cônjuges, mas resultado de troca de idéias.
2. Organizem e sigam o orçamento. Descubram para onde o dinheiro está indo, como está sendo gasto, onde há as maiores perdas. Confiram se os gastos não estão muito superiores ao que vocês ganham, pois não há como viver sempre em débito.
3. Ajustem o padrão de vida para o que efetivamente ganham. Evitem a ilusão de mostrar um nível de vida irreal. O estresse será cada dia maior.
As sugestões acima pode ser aplicadas diretamente pelo casal sem a necessidade de ajuda externa. Entretanto, quando as discussões passam a ser muito freqüentes e, quase sempre, giram em torno de dinheiro, é um sintoma de que o casal entrou em uma espiral negativa difícil de ser rompida sem ajuda externa.
Há várias opções - conselheiros matrimoniais, pastores, cursos sobre finanças (CROWN, por exemplo), Encontros de Casais com Cristo.
O importante, na verdade, é a sensibilidade de buscar romper a espiral negativa antes que pequenos problemas se tornem montanhas difíceis de serem transpostas.


3/29/2006

MENTIRAS DESLAVADAS

por Pr. Ivo Augusto Seitz
Não bastassem as desculpas esfarrapadas, em nossa jornada humana temos que conviver com mais este capítulo constrangedor. É a mentira, recurso usado para enganar, salvar as aparências, fugir à responsabilidade, escondendo ou mudando a verdade.
O cinismo da raça humana tenta acolher a mentira como um recurso válido. Criaram-se assim as mentiras brancas. São tidas como leves, em contraste com as mentiras grosseiras. Uma expressão racista, porque por nessa lógica preconceituosa somente as mentiras brancas seriam aceitáveis.
O descaramento continua na mentira de conveniência ou social, onde se ajusta a mensagem ao gosto do patrão. Aparece nas colunas sociais, onde tudo é bonito e perfeito. Em época de eleição beira o ridículo, com candidatos em trajes caros abraçando crianças nas favelas e prometendo mil soluções. Na Bíblia, foi usada pelos profetas de Acabe, que quiseram obrigar Micaías a confirmar o erro deles (2 CR 18).
Aceita por muitos, a mentira piedosa tenta diminuir o impacto da verdade, por exemplo, sobre o estado de saúde de um paciente, ou diante das emoções de uma pessoa amiga.
A mais execrada de todas é a mentira deslavada. É tão grotesca que não convence nem a quem fala. É o caso de Herodes e sua intenção de "adorar o rei nascido em Belém" (MT 2.8). E vemos hoje nas respostas de pessoas de cargos públicos ao esconder ações nada dignas.
Mas mentira é mentira. Mesmo quando usada com bons objetivos, desmerece a confiança na pessoa que fala. Como saber se ela está dizendo a verdade ou sendo reticente?
Há maneira melhor de poupar o sofrimento, mantendo os princípios éticos de respeito à dor física ou moral de alguém: é a verdade equilibrada com o amor, a sabedoria e o perdão.
"Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jesus, em João 8.32).

3/17/2006

Importe-se o bastante para ouvir 2

Seguindo com as idéias de David Augsburger:
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A capacidade de ver, ouvir, perceber, compreender, mudar e crescer é uma apropriada mistura de abertura e profundidade. O maior de todos os mestres deparou-se com uma grande variedade de ouvintes e não-ouvintes. A descrição do seu confronto com estes últimos como pessoas que vêem sem enxergar, escutam sem captar, ouvem sem perceber, representa um dos comentários mais irônicos de todos os tempos. A parábola do confronto tem intrigado seus intérpretes durante dois mil anos.
Embora haja vários níveis de significado dentro da parábola, é útil analisá-la pelo que tem a os dizer sobre a capacidade de ouvir. Analise Mateus 13:3-23 em relação aos seguintes itens:
1. O ouvinte fechado ou superficial - à beira do caminho (cabeça dura). Exposto ao mesmo que os outros, mas fechado ao novo conhecimento e sua penetração, não-receptivo, e a verdade se perde. O novo pensamento nunca brota.
2. O ouvinte aberto, mas superficial - o solo rochoso (a mente superficial). Aberto a novas idéias, ele compreende os conceitos e os examina, mas a base rochosa frustra qualquer crescimento mais profundo. Então as novas idéias morrem rápido. O pensamento novo nunca amadurece por causa da base rochosa impenetrável.
3. O ouvinte aberto, profundo mas conflituoso - a terra entre os espinhos (a pessoa dividida). Aberto a novas verdades, mas hospitaleiro sem discriminação, a terra entre espinhos fornece sua profundidade e nutrição tanto ao bom como ao mau. As idéias novas são acrescentadas à mente já abarrotada e são rapidamente empurradas para fora, esmagadas. O novo pensamento não gera fruto.
4. O ouvinte aberto, profundo e responsivo - a terra boa (a mente aberta). Aberto a novas idéias, os novos conceitos criam raízes, crescem, atingem o amadurecimento e geram produtividade e frutos. A palavra nova que foi ouvida é realizada em pensamento, sentimento e ação.
A arte de se ouvir responsável e reponsivamente requer tanto a abertura quanto a seletividade, tanto a profundidade como a discriminação. É ouvir e refletir, escutar e decidir. Repare como tudo isto é verdade em diferentes alturas do seu processo de ouvir.
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3/15/2006

Importe-se o bastante para ouvir

Vez por outra retiro um livro já lido da estante para uma revisão, para relembrar conceitos e estimular a memória. Esta semana voltei a ler um livro que comprei em 1997. É um livro de David Augsburger, PhD em psicoterapia pastoral, com o título em português igual ao deste post.
Excelente. Vou colocar alguns trechos para incentivá-los a comprar o livro e tê-lo por perto para consultas. Vale o investimento.
Discute de forma profunda os desafios de saber ouvir, de estar presente e disposto a compreender o outro. Mexe em águas profundas.
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Obstáculos em ouvir

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Boa parte dos nossos problemas residem numa comunicação frágil, resultante de insegurança e postura defensiva. Na verdade, concentramos nossas forças em nossas próprias necessidades e relegamos a plano secundário o esforço para a correta percepção do outro.

Já nos bastam nossos problemas, sofrimentos e dores, sempre mais nobres e importantes que os da humanidade. Centrados em nós, vamos seguindo solitários e frustrados no meio da multidão.


3/09/2006

Diminuindo as chances do divórcio

A cada dia está ficando mais comum receber notícias de que algum casal conhecido se divorciou. Está "quase" ficando normal. Quero dizer, já não nos surpreendemos e passamos a outro assunto qualquer em questão de minutos.
O que antes era um choque não passa hoje de uma notícia banal e corriqueira.
Por que será que tantas pessoas resolvem romper relacionamentos?
O que faz com que os interesses comuns sejam suplantados pelas vontades pessoais?
As respostas, variadas e complexas, nos levariam a um debate rico sobre o que é essencial à vida e o que dá sentido à existência.
Não seguiremos por aí hoje. Talvez no futuro, com mais calma.
Por ora vamos sugerindo alguns movimentos simples e práticos que podem preservar o casamento e lhe dar longevidade.
Vale esclarecer que as sugestões pressupõem uma atitude - disposição sincera de investir no relacionamento. Sem esta atitude seria impossível superar as dificuldades e agir, pois haverá momento em que a ação estará em contradição com os sentimentos.
Para ilustrar a contradição mencionada basta lembrar que a sensação de frustração diante de uma ação equivocada do outro nos impulsiona ao rompimento, à briga, ao afastamento. Entretanto, a reação adequada incluirá a paciência e a compreensão, com ênfase na restauração e na aproximação.
Vamos às idéias:
1. faça manutenção preventiva - é isso mesmo, vá cuidando do seu casamento desde o primeiro dia. Não deixe que os problemas se acumulem e se tornem quase intransponíveis. Vão ao cinema, saiam para jantar/almoçar, descansem juntos, namorem, passeiem, divirtam-se juntos. Marquem encontros, façam viagens curtas, façam piqueniques. Qualquer que seja sua situação financeira há espaço para momentos de intimidade, de alegria, de compartilhamento. Do jantar sofisticado a um cachorro quente na esquina, o importante é separar tempo para o casal. Ah, um detalhe importante: sem os filhos!!
2. aceite perder uma discussão vez por outra - nem sempre vale a pena vencer uma disputa. Especialmente quando se percebe que o orgulho pode levar à quebra do relacionamento. Às vezes é mais inteligente ceder.
3. invista na paixão e no romance - o casamento não precisa cair na rotina, na falta de criatividade. Mas isto depende do casal e não da sorte. O casal precisa trabalhar (é, suor mesmo) para que o brilho no olhar não acabe, precisar investir tempo e dinheiro para que o romance se renove. Aqui há uma constatação muito interessante. Você já percebeu como as mulheres ficam mais bonitas, mais arrumadas e mais interessantes logo após uma separação? Sabe por quê? Elas percebem que precisam voltar à luta para conquistar um novo amor. Infelizmente não perceberam que se investissem assim enquanto casadas evitariam, muito provavelmente, a separação.
Não espere para se produzir, para se cuidar, para conquistar diariamente seu cônjuge.

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